Espinheira-santa
Nome Científico: Maytenus ilicifolia
Nomes Populares: Espinheira-santa, Congorosa, Cancerosa, Cancrosa, Espinho-de-Deus, Salva-vidas, Sombra-de-touro, Coromilho-do-campo, Erva-santa, Maiteno, Molle-espinhoso (Brasil); Espinheira-santa (Portugal)
Descrição
Maytenus ilicifolia, conhecida como espinheira-santa, é um arbusto ou pequena árvore perene nativa do sul do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, comum em florestas subtropicais como a Mata Atlântica e campos de caatinga. Atinge 1 a 5 metros de altura, com copa densa e simétrica. Suas folhas são brilhantes, verdes escuras, coriáceas, com margens espinhosas, lembrando azevinho. As flores são pequenas, cremosas, florescendo na primavera, seguidas por frutos vermelhos oblongos que se abrem, revelando um arilo branco. É amplamente usada na medicina popular por suas propriedades antiulcerogênicas e digestivas, além de ter potencial ornamental devido à sua aparência atraente.
Cultivo
A espinheira-santa prefere solos bem drenados, argilosos ou loamíticos, com pH levemente ácido a neutro, e climas subtropicais com temperaturas entre 15°C e 28°C. Propaga-se por sementes ou estacas, com plantio ideal na primavera. Tolera sol pleno ou meia-sombra e requer irrigação moderada, evitando encharcamento. É resistente à seca, mas suscetível a solos mal drenados. As folhas são colhidas durante o ano, preferencialmente na primavera, para uso medicinal. É cultivada em hortas, jardins ou como planta ornamental, podendo ser usada em cercas-vivas ou bonsais. Deve-se controlar sua propagação, pois pode se tornar invasiva.
Usos e Propriedades
A espinheira-santa é valorizada por suas propriedades medicinais, atribuídas a compostos como taninos, flavonoides, triterpenos (maytenina, pristimerina) e arabinogalactanas, encontrados principalmente nas folhas, que conferem efeitos antiulcerogênicos, anti-inflamatórios, analgésicos e antioxidantes.
Parte utilizada: Folhas (principalmente), cascas e raízes (menos comum)
Formas de uso:
- Infusão: Chá de folhas secas ou frescas, usado para tratar gastrite, úlceras gástricas, azia, refluxo, constipação e dispepsia, com ação protetora da mucosa gástrica comparável à cimetidina.
- Tintura: Diluída, empregada como digestivo, anti-inflamatório ou para aliviar dores abdominais.
- Cápsulas: Extrato padronizado, usado em doses de até 2000 mg/dia, bem tolerado em estudos clínicos, para tratar problemas digestivos.
- Uso externo: Infusão concentrada aplicada em feridas para promover cicatrização, devido a propriedades antimicrobianas e cicatrizantes.
Propriedades: Antiulcerogênica, gastroprotetora, anti-inflamatória, analgésica, antioxidante, antimicrobiana, cicatrizante, diurética, laxante suave, antitumoral. Estudos confirmam a inibição de úlceras gástricas e redução de inflamação em modelos animais.
Precauções: Contraindicada para mulheres grávidas, lactantes ou com cânceres estrogênio-positivos, devido a possíveis efeitos estrogênicos que podem reduzir fertilidade. Evitar uso concomitante com metotrexato, amiodarona ou cetoconazol, pois pode causar toxicidade hepática. Pode interagir com barbitúricos (potenciação em doses injetáveis, não orais). Reações adversas leves incluem boca seca e poliúria. Evitar automedicação devido à falta de dados sobre dosagem ideal de infusões e risco de falsificação de espécies. Consultar um médico antes do uso prolongado.